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Do parque florestal para a mesa: as plantas comestíveis de Monsanto

Sabia que no Parque Florestal de Monsanto é possível encontrar um conjunto de plantas alimentares, fonte de nutrientes essenciais para o ser humano? E que podem ser uma alternativa às plantas convencionais? Uma dissertação de mestrado da NOVA FCSH identificou parte desta flora e quais os seus usos na cozinha.

Aroeira, dente-de-leão, chicória-do-café, serralha, cardo ou bolsa-de-pastor são algumas das 33 plantas consumíveis não convencionais das 85 espécies identificadas por Gisela da Rosa Duarte na dissertação de mestrado em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporâneos (2017) da NOVA FCSH. Estas plantas não convencionais apresentam partes comestíveis como as flores, folhas, raízes, frutos, tubérculos ou as partes aéreas e não possuem nenhuma propriedade tóxica na sua composição química.

Esta flora, nativa ou exótica, pode constituir-se uma alternativa à dieta alimentar. Por exemplo, o dente-de-leão supera os valores nutricionais da alface no que diz respeito ao cálcio, ferro, carboidratos, proteínas, Vitaminas A e C, fósforo e lípidos. Já a serralha, rica em vitaminas A e B, em cálcio e fósforo, pode ser, também, um importante diurético e anti-inflamatório. A planta é totalmente comestível e as suas folhas podem ser utilizadas em saladas.

Já o cardo, de flores amarelas e da família do dente-de-leão, “contém grande quantidade de vitaminas e carboidratos, que apresentam 3% da sua composição total, o nível de gordura é de 0,1% e as proteínas de 0,7%”, com minerais como o potássio, o magnésio ou o zinco à mistura. É uma planta espontânea, que nasce em qualquer ambiente e é, à semelhança do dente-de-leão, totalmente comestível.

A aroeira, de cores rosa e vermelho, tem um sabor doce e pode ser utilizada, entre outros, em sopas, molhos ou temperos para carne e peixe. A aroeira pode ser útil para a confecção de geleias ou chocolate e tem, ainda, uma função medicinal: “É excelente para o tratamento de febres, ferimentos e reumatismos. O óleo essencial extraído do fruto tem ação antimicrobiana contra vários tipos de bactérias, fungos e vírus, além de atividade repelente”, especifica a autora.

Já as raízes da chicória-do-café podem ser fervidas e preparadas para substituir a manteiga convencional e, se torradas, podem ser utilizadas para chá ou café, constituindo uma fonte de minerais importantes para o ser humano. Já a bolsa-de-pastor também pode ser servida em saladas e tem um sabor semelhante ao agrião, acrescenta a autora.

Para identificar estas plantas comestíveis não convencionais, a Gisela da Rosa Duarte percorreu o Espaço Monsanto, o Parque Alto da Serafina, Parque da Pedra e do Calhau e seguiu o caminho do Aqueduto das Águas Livres, entre os meses de dezembro de 2016 a junho de 2017. Na sua análise percebeu que a parte mais consumida da planta são as folhas, seguido do fruto e do caule, da raiz e da semente, constatando que em algumas espécies, várias partes são simultaneamente comestíveis.

No entanto, a autora adverte: “É prática desprezar as folhas, frutos, raízes, caules, talos de algumas plantas que podem conter teores consideráveis com alto poder nutricional, e isso dá- se pelo facto do desconhecimento dos benefícios e das funções de tais plantas”. É por isso importante o conhecimento adequado da flora e das suas múltiplas formas de ser consumida.

Fotografia: Uma das vistas do Parque florestal de Monsanto para o rio. Créditos: O Corvo.

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